Os anos foram passando, a adolescência chegou e com ela toda aquela explosão de hormônios, nessa época também surgiu às primeiras discussões em casa, a rebeldia típica da idade, quando pensamos que nada é capaz de nos atingir, e como se não bastasse tudo isso, geralmente é nessa fase da vida que começamos a nos interessar pelo sexo oposto e comigo não foi diferente, e assim começaram os namoricos, mas nada muito sério, até eu conhecer o Rômulo, que, aliás, conheci pela internet no extinto MIRC (programa de bate papo) foi amor à primeira vista, uma troca de olhares aqui outra ali e começamos a “ficar”.
Logo em seguida, começamos a namorar tudo ia muito bem, eu tinha 15 anos na época, até que descobri que estava grávida. Grávida? Eu? Como assim? Com 15 anos? E agora?
Descobri junto com a minha mãe, quer dizer eu já estava desconfiada, mas a confirmação veio mesmo com um ultrasson e lá estava o Lucas com quase quatro meses, consegui inclusive ver o sexo.
Entrei em estado de choque absoluto, não queria ver, ouvir e nem falar com ninguém, me isolei no quarto, nem chorar eu conseguia. E o Rômulo (meu namorado), estava feliz (????), e saiu ligando p/ as minhas amigas, contando a novidade e pra comemorar foi fumar charuto com alguns amigos em um posto de gasolina, hoje dou risada dessa história, santa inocência, mal sabia o que estava por vir, rs.
Os meses foram passando, a barriga foi crescendo, e eu tendo que aprender a lidar com sensações e sentimentos até então pra mim desconhecidos. Desde o inicio meus pais disseram: nós vamos te dar o suporte financeiro, mas criar e educar a responsabilidade será sua.
E assim foi, chegou o dia do nascimento do Lucas, lembro perfeitamente desse dia, eu ia ver o rostinho daquele bebe que eu nem conhecia, mas que já amava muito, o que pra mim também era estranho, rs. Ele nasceu, o pai foi o primeiro a vê-lo, e eu falava me mostrem logo, ai me trouxeram ele, quando eu o olhei o mundo ao redor parou, queria beijar, abraçar, dizer que o amava, que estava ali, mas tive que esperar a cesariana terminar para fazer isso. E assim foi, enquanto aguardava o efeito da anestesia terminar, beijei, disse o quanto o amava, essas coisas de mãe, a partir daquele momento comecei a compreender mais a minha mãe, e a entender esse sentimento único que é incondicional e que não se divide e sim multiplica.
Eu estava com 16 anos, o Rômulo com 19, e o Lucas com um dia de vida, e ali começamos a constituir a nossa família, claro que nem tudo são flores, muita imaturidade típica da idade, muitas brigas, mas tudo foi se ajeitando com calma,e a vida retomando sua rotina habitual. Eu sempre tive muita vontade de vencer na vida, de estudar, e queria fazer tudo certinho, lembro que eu queria provar para o mundo que eu tinha sido precoce, mas que daria certo. Lembro uma vez que o meu pai me disse: Se você quiser ser tal coisa, vc vai conseguir o caminho ficou apenas um pouco mais difícil, mais trabalhoso, mas você consegue.
E é assim mesmo, três anos depois engravidei novamente e foi um choque ainda maior, pois me preveni para não acontecer, mas não deixei a peteca cair, e dessa vez resolvi parar tudo por dois anos para me dedicar exclusivamente em ser mãe, claro que não era fácil no auge dos meus 18/19 anos, vendo as minhas amigas irem pra faculdade, trabalhando e eu ali entre mamadeiras e fraldas, mas venci, aliás, vencemos todos. E com o tempo tudo se ajeitou novamente voltei a trabalhar, mas apenas 6 hr diárias, pois queria me dedicar ao máximo em ser mãe, e criar duas pessoas prontas para encarar a vida e pra isso é preciso tempo e dedicação real mesmo. Comecei minha faculdade, outra coisa que era meu grande sonho, e logo em seguida consegui transferência p/ uma pública, ai sim me realizei, hehehe.
Hoje minha vida é corrida, cuido deles, trabalho, faço faculdade a noite, além de ser esposa, dona de casa e claro não esquecendo de ser sexy hahaha.
Mas pergunte se eu queria outra vida? Não. Foi tudo muito cedo, muito precoce, ás vezes dá vontade de sair correndo, mas acredito que toda mãe passa por isso, independente da idade. Não faço apologia à gravidez na adolescência, aliás, hoje em dia participo de várias comunidades, ajudando meninas, orientando para que o mesmo não aconteça com elas, porque não é fácil, mas também não é o fim do mundo.