Já estudei muito. Já li muitos livros. Já assisti muitas palestras e pregações. Tudo isso me ensinou bastante, mas não posso negar que “ser mãe” é o maior exercício de aprendizado pelo qual poderia passar.
É no convívio com meu filho e com seus coleguinhas, quando fico de perto ou de longe observando as brincadeiras, conversas, risos e choros, que tiro lições para dividir com os outros pela vida inteira, pois elas me aproximam cada vez mais do Criador, pois eu sempre me perguntava: “ Por que será que Jesus ensinava que os homens deveriam ser como crianças? Pensando bem:
- A criança é pura, inocente e sincera, mesmo que isso cause constrangimentos aos que a cercam. “ Você é gorducha” – falou Enzo a uma grande amiga minha, ao chegar em sua casa. Fiquei calada, enquanto o reprovava com o olhar e minha amiga caia na gargalhada. “ Fique tranqüila, Scheila” – disse ela, que realmente estava acima do peso. “Meu filho já fez o mesmo e ainda pior. Depois de me ver chamando uma colega de ‘chata’, dias depois, ao encontrá-la na rua e depois de cumprimentá-la, esbravejou: ‘ minha mãe disse que você é uma chata’, revelou minha amiga, que nessas alturas não sabia “aonde enfiar a cara”. A criança faz jus ao “sim, sim”, ou “não, não”. Ela não usa o “meio termo”.
-A criança reproduz o que vê e ouve e, com a mesma rapidez, é capaz de propagar aos quatro cantos do mundo aquilo que acredita. (E se nós, adultos, levássemos isso tão a sério?)
- A criança jamais julga alguém por sua aparência. Para ela, o homem engravatado e o mendigo desarrumado, desde que tenham um sorriso sincero no rosto, são iguais. (Diferente de nós, que gostamos de um tribunal).
- A criança sabe espernear quando quer alguma co isa, nem que isso lhe custe horas de insistência e lágrimas. Ela não desiste fácil. (Nós, muitas vezes, queremos desistir antes mesmo da primeira tentativa).
- A criança não tem pressa. Relógio? Só de brincadeirinha e em qualquer lugar sabe aproveitar ao máximo cada minuto. Ela vive como se não existisse outro dia. Enzo sempre costuma dizer, suspirando: "Este foi o melhor dia de minha vida”. Mas esta frase se repete rotineiramente, ou seja, para ele todos os dias são “os melhores”. (Ao contrário de nós, que só pensamos no amanhã, deixando de viver o hoje).
- A criança acredita tanto nos seus sonhos, que é capaz de pular da janela, sem medir conseqüências, só para dizer que é um super herói. (Os adultos se esquecem disso).
- A criança é tão cheia de amor que não dá abraço nem beijo forçado. Tudo o que faz é com intensidade e verdade.(E nós?).
- A criança não guarda mágoas. Se discute com um coleguinha, até faz “bico”, mas minutos depois é rendida pela vontade de viver e volta a brincar, como se nada tivesse acontecido. Ouvi de Pedro, amigo de Enzo, sobre outro coleguinha que saiu da escola depois de ter ficado dois anos na mesma turma: “Ah, o Leo mordia, empurrava, batia, mas que saudades dele”. (Precisa falar mais?).
- A criança não se importa com o que vão pensar dela. É capaz de vestir camisa amarela, calça verde e tênis laranja e se achar a mais linda de todas. O que importa é que quem escolheu as peças foi ela mesma. (Quantos de nós já não se importaram mais com os outros, do que consigo mesmo?).
- A criança sempre “se entrega totalmente” em tudo que faz. Se está no parque, corre até cansar, se está comendo, se lambuza toda, se está no banho, molha todo banheiro, se está brincando, vira príncipe, sapo, tudo ao mesmo tempo, pois a intensidade e a sede de viver é tanta, que há espaço para tudo e todos. (E nós nos preocupamos com a roupa para lavar, quando há tantas ainda para serem usadas).
- A criança é capaz de traduzir as quatro estações do ano em um só dia. É capaz de ficar doente só para ver seus pais deixarem as desavenças de lado e se unirem para tratar dela.
- A criança ama a vida e, amando a vida, ama o seu Criador, por isso se torna tão especial. Sendo assim, aprendamos com ela a exercitar o direito de viver.
Abraços de urso...
Mamãe Scheila
Scheila Cristina Frainer Yoshimura é jornalista há mais de 13 anos, tendo passado por vários veículos de comunicação, como TVs, rádios e jornais. Atualmente atua com assessoria de Comunicação Social e escreve para o Blog da Mamãe e também para o Blog Virtuosas , no qual as mensagens são fruto de um trabalho voluntário que ela desenvolve com mulheres. No currículo, o destaque maior fica por conta de mãe do Enzo, de cinco anos, que hoje a inspira a escrever sobre a difícil, porém recompensadora, arte de ser mãe!
Scheila, muito obrigada por aceitar o nosso convite, o que vc escreve toca na alma!!!
5 comentários:
Scheila, muito obrigada por aceitar o convite da Daya. Seu texto realmente mexe com a gente! Fiquei mais feliz ainda de ter uma criança ao meu lado para me ensinar estas lições tão básicas, mas tão ausentes nos dias de hoje!
bjs, bjs
Um lindo texto, Scheila!
Adorei o trecho:" é capaz de ficar doente só para ver seus pais deixarem as desavenças de lado e se unirem para tratar dela."
E é isso mesmo, crianças amam a vida e irradiam felicidade por onde passam.
Bjo
Scheila, não me canso de dizer que essa mensagem é maravilhosa e muito verdadeira!!!!
Obrigada por ter aceito o meu convite e por esse texto emocionante!
bjks
Olá, meninas...Que bom que vcs gostaram. Fiquei muito feliz pelo convite e pela recepção...Sejamos como crianças...abertas para a VIDA!
Scheila
Que mensagem maravilhosaaaaaaaaaaaaaaaaa!! Adoreiiiii!!!
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